Madrugada fria
A boca seca, a garganta arranha
Vou à cozinha, beber água
O copo se quebra
O silêncio se quebra
A noite é rasgada
A boca arranha, a garganta rasga
Como que engolindo cacos de vidro
O líquido frio se espalha, toca os dedos dos pés
A espinha gela
Um frio sobe pela barriga
Cabeça quente
Dezenas de cacos no chão
Dezenas de cacos de mim
O copo reflete a alma estilhaçada
A poça de água e sangue
O grito no meio da noite
Os dedos cortados, a boca rasgada, a garganta estilhaçada
Garganta seca, dedos molhados de água e sangue
Madrugada fria
O barulho do vidro se espatifando no chão é o grito da alma chocando-se contra si mesma
Cara muito bom!
ResponderExcluirDá pra fazer uma baita duma imagem!