Queria te dar de presente uma poesia,
Mas todas as que encontrei falam de avôs velhos,
Fracos, próximos à morte
Nenhum deles se parecia com meu avô;
Definitivamente não.
Meu avô é vivo, o homem mais vivo que conheço.
Meu avô não é passado.
É sim memória e saudade,
Mas essas todas são coisas do presente
E é isso que meu avô é:
Presente.
Vida. Aqui e agora.
O sorriso nosso de cada dia;
O abraço repartido na ceia.
É passado atualizado,
Experiência e sabedoria sempre recriadas.
E é futuro.
Não só experiência, mas expectativa.
Esperança -
A base de todos nós.
Meu avô não é a personagem dos poemas deprimentes que li.
Não é o senhor enfraquecido, saudosista, deprimido.
Meu avô é a poesia, a alegria, a brisa do mar que enche os pulmões de vontade.
O tempo não passou para o senhor, vô.
O senhor é que passou por ele,
Lhe oferecendo um sorriso e um até logo.
Mas sempre de braços abertos, sem lhe dar as costas. Aberto para abraços e mais abraços.
Mestre do tempo.
Passado-presente e presente-futuro -
Experiência e expectativa -,
Presente -
Sabedoria.
Vô, o senhor é homem-vida.
Pois é uma daquelas pessoas especiais
Que fazem a vida valer a pena.
Por teu amor simples e puro,
A utopia que nos faz seguir em frente.
Homem que nos faz sonhar.
Nosso eterno idílio.