quarta-feira, 27 de outubro de 2010

Poesia pré-suicídio

Humano
Desprezível humano
Desonroso humano
Desastroso humano
Oh, pomposo humano!

Que monta sobre os cavalos
Carrega de peso os jumentos
E explora teus próprios irmãos

Tu és pútrido
Mórbido
Sórdido
Tu és humano
Desprezível humano
Elegante humano

Que, com a pena, faz injustiça
Com a espada faz a rixa
E um vigarista
Reza a missa

Humano
Por que não bota uma corda em teu pescoço?
Por que não vai embora?
A janela é logo ali

Livre humano
Tuas próprias leis te prendem
Corajoso humano
Temes a ti próprio
Sano humano
Que poucas vezes está sóbrio

Humano
Podre humano
Podre eu.
                          (2009)

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